domingo, 29 de novembro de 2009

Criança é o bicho.

Um inferninho na frente, e outro atrás.
Crianças são o bicho quando começam a falar, elas não tem limites do que se pode falar, elas não tem limite quando tem que PARAR de falar.
Criança quando aprende nunca mais para. Não sei se é necessidade, curiosidade ou se elas ficam matraquiando sem parar até alguém ficar puto e mandar calar a boca.
O primeiro inferninho até que era mais comportado, mas isso não significa que era suportável. Na faixa dos dois anos, ficava falando coisas que eu nunca entendia, e quando eu não entendo eu vou na onda e concordo. Ficava no colo da mãe, de pé, olhando pra fora da janela, com a boca aberta mostrando os dentes de leite ainda separados, com os olhos azuis esbugalhados de tanta coisa nova e balançava a cabeça que fazia os caixinhos louros se mexerem no ar.
O inferninho de trás, era um menino completamente insuportável, beirando seus 3 anos de idade.
Ficava chutando o meu banco com seus pés e dando risada. Aquela sua mão infiltrava por entre os bancos e sem querer as vezes sem querer me batia, e sempre quando o fazia tirava rapidamente e caia em gargalhadas.
Abriu um pacote de baiconzitos com um cheiro maravilhoso e aqueles suquinhos em caixinhas.
Antes de jogar a caixinha do suco fora, fez questão de beber até o final, fazendo aquele barunho infernal de quando velhos banguelos tomam sopa.
Eu não pude ver a como ele era.
Normalmente as crianças entram no onibus e ficam saracotiando durante um determinado tempo, depois elas percebem que o espaço é limitado e começam a pegar no sono. Certas mães educam seus filhos e lhes ensinam a como se comportar em devidos lugares, como: não durmir na missa, não chutar o banco da frente, não beber o suquinho até que pareça um velho tomando sopa, a não gritar, a pedir por favor e simplesmente ser educado.
Com essas a minha viagem se tornou o bicho e cheguei a conclusão que as crianças de hoje não tem mais tantos limites, que no mundo moderno é o que elas querem e pronto.
Crianças precisam pensar como crianças, a ter desejos de crianças, e mandar só no seu mundo infantil.
A criança de hoje pensa que é adulto.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Os pássaros costumam cantar enquanto a chuva está prestes a vir, molhar nossas cabeça.
Esfriar o mundo do caos.

sábado, 21 de novembro de 2009

for-e-ver.

"Pra sempre" sempre parece estar em volta quando começa.
Mas o "Pra sempre" nunca parece estar em volta quando termina.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

"Coloco os fones no ouvido pra não precisar lhe escutaaar!"

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

.13.14.15.

Uma das piores partes de quando se volta de uma viagem é desarrumar as malas.
Cada peça de roupa lembra um momento, lembra o que você fez naquele dia, quem você viu, o que você falou.
Mas a pior mesmo, é quando você embarca em um onibus num dia de chuva e dali em diante você deixa pra fora as pessoas com quem você conviveu durante determinado tempo, no meu caso um final de semana.
Eu entrei no onibus(errado) e coloquei The Verve, aumentei e repeti.
Foi um dos melhores finais de semana da minha vida, conheci pessoas totalmente enlouquecidas.

Enlouqueci, delirei, realizei, idealizei e encontrei.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

eu por completo.

Eu lembro como se fosse ontem da época em que era criança. Gostava de pão tostado e passava a maior parte do tempo brincando de Barbie.

Todos os finais de semana – ou pelo menos a maioria deles, meu pai e eu íamos até o distrito de Marcílio Dias. Eu sempre insistia em ir escalar um morro de cascalho, a vista lá de cima é linda. Andávamos de bicicleta, levávamos os cachorros para passear, entre tantas outras coisas que gostávamos de fazer juntos. Eu realmente fui o menino que ele nunca teve. Ensinou-me sobre motos, carros, aviões, entre tantas outras coisas. Meu estilo de vida, meu gosto musical, herdados um tanto dele. Posso dizer que tenho um bom gosto musical.Todos os dias me buscava no jardim e me surpreendia com um chocolate. Era a melhor parte.

Quando eu tinha meus dois anos de idade, eu fugi de casa sem avisar minha mãe, eu apenas saí com o intuito de buscar minha irmã na aula de dança, sem mesmo saber onde ficava o local. Estava vestida com meu pijama de bichinhos cor-de-rosa, calçava havaianas e carregava uma pochete em cores fluorescentes com algumas moedas dentro. Meus pequenos passos me fizeram achar que eu andei durante muito tempo. Por sorte fui reconhecida por um amigo da família (já falecido), ele me levou até meu pai. Lembro-me até hoje da sua reação.

Aos três anos, conheci uma das minhas melhores amigas por um buraco no muro que dividia nossas casas.

Aos quatro anos eu fugi novamente de casa e fui mendigar com a vizinha no mercado próximo, quando nos deparamos com nossas mães na porta, nos esperando. Foi uma época boa.

Quando eu tinha meus cinco anos de idade eu não precisava mais usar bóias, eu era seu peixinho. Todos os finais de semana intercalados, dividíamos entre praia e sitio.

Aos seis eu deixei o jardim.

Aos sete anos entrei pra Escola Estadual Sagrado Coração de Jesus, eu nunca vou esquecer o primeiro dia de aula. A primeira professora lecionava Educação Religiosa e eu me destaquei na turma, cheguei com um sorriso de orelha a orelha em casa.

Quando eu tinha oito, estava na segunda série. Nesta época obtive meu primeiro castigo na escola, fiquei a aula inteira no canto da sala virada para a parede. O motivo era porque eu não consegui parar meu ataque de risos quando soube que uma menina entrou escondido na construção do ginásio e conseguiu colocar um prego na cabeça. Ela foi meio idiota por sinal, porque quando pessoas “maiores” falam pra você não fazer, ouça-as (se valer a pena).

Aos nove anos eu tinha uma piranha que era em formato de girassol, no tempo eu achava linda e hoje... mas enfim, foi bem neste dia da piranha de girassol em que a professora Nilda ordenou que eu fizesse uma conta no quadro, e ela me deu zero porque eu tinha feito errado.Foi na terceira série que ganhei meu primeiro caderno de recordações, a minha mãe esqueceu de fazê-la até hoje.

Quando fiz dez, conseqüentemente passei para a quarta série, onde eu acabei criando confusão com uma menina por causa de um garoto, eu aporrinhei tanto o seu saco que ela acabou indo para sua antiga escola, não nos damos bem até hoje. Coisa ridícula a meu ver.Nesse mesmo ano meus vizinhos histéricos sempre vinham com a mesma ladainha de que o mundo estava próximo de seu fim e que haveria carros voadores.

Os meus onze anos foi meio dramático, eu pedi para mudar de turma, indo parar da sala 07 que ficava em um corredor, a porta da sala ficava atrás de outra porta, isso era meio estranho. Além do corredor da sala, havia outros dois corredores, um deles dava acesso a escadaria que iria parar na sala de jogos que era no subsolo e a outra escadaria daria no segundo andar onde se encontrava a secretária. Na maioria das vezes visitava-a para tomar chá de boldo. Nesta época a professora de matemática descobriu que o meu caderno “confidencial” estava rolando de mão em mão na turma, até que ela pegou e leu em voz alta todas as respostas da pergunta: “Que matéria você mais odeia?” Eu nem preciso dizer que todas as matérias que estavam ali era a que ela lecionava, meu caderno está até hoje na coordenação da escola, não peguei naquele tempo por medo, hoje eu não pego por preguiça. Foi aos onze anos que dei meu primeiro beijo, e foi nesse primeiro beijo que ele falou de mim, mal é claro. Eu era ingênua.No final deste ano eu perdi meu tio, eu me surpreendia quando os boatos era que ele e Cássia Eller haviam falecido no mesmo dia, 29 de dezembro de 2001.Ele morreu enquanto ouvia missa, já que seus olhos não podiam ver.

Bom, eu não consigo me lembrar o que eu fiz aos doze anos. Minha sala era a 14, do lado do banheiro masculino e feminino, era onde o vento fazia a curva e os meninos esperavam as meninas passarem pra jogar...bolacha e ficar olhando para nossas bundas. Nesse ano meu avô materno faleceu. Ele se encontrava na UTI e o médico o avisara meses antes que deveria parar de fumar “paiero”, como se fosse adiantar alguma coisa falar. Meu avô foi uma das pessoas mais marcantes da minha vida, era uma pessoa extremamente cuidadosa com o jardim. Quando eu era menor eu costumava ir aos fundos de sua casa, sempre o encontrava fumando no escuro, a única coisa que me chamava atenção era a luz brilhante que o cigarro fazia, ele sempre deixava fazer a luz, quando minha mãe não nos surpreendia com: “largue isso da boca menina” ou “pai tira isso dela”. Ele sempre fumava as escondidas. Lembro que ele sempre me dava alguns trocados pra ir ao mercado da frente comprar algumas bobagens. Faleceu alguns dias depois do aniversario de quinze anos de minha irmã, 02 de maio de 2002. Eu nunca o visitei no hospital.

Aos meus treze anos eu estudava na sala 17, conheci pessoas interessantes aquele ano, pessoas que marcaram minha vida.Foi a primeira vez que minha mãe me levou à localidade onde ela nasceu e cresceu.

Quando eu entrei na oitava série, eu estava com meus quatorze anos de idade. Foi a primeira vez que um menino se viu interessado por mim. Somos amigos-irmãos até hoje. Nesse ano eu me deparei com alguns professores falando de minha pessoa no corredor, foi quando eu os surpreendi e perguntei o que havia de errado comigo. Como sempre acabaram mudando de assunto. Foi um dos anos que eu enfrentei a coordenação. E foi um dos anos que mais tomei chá de boldo. Neste mesmo ano eu acabei perdendo minha avó materna, eu não tive forças para chorar. Eu fiquei com aquele dedo clicando no mesmo ponto, pensando o que ela havia feito, o que ela havia pensado sobre mim, sobre minha família, já que anos antes tivemos que nos afastar. Ela faleceu no dia 28 de julho de 2004, não lembro a causa. A casa de avó sempre com o mesmo aroma, aroma de casa de avó. A comida que ela fazia, que até hoje lembro o gosto, com gosto de comida de avó. Todas as coisas.

Eu mudei de escola nessa época.

Em 2005 eu fiz quinze anos, estava na primeira série do segundo grau. As pessoas não eram as mesmas, as amizades não eram as mesmas. O ambiente era diferente, os professores eram diferentes e minha mãe trabalhava no local, ou seja, eu tinha que ser exemplo. Eu me ferrei naquele ano. Eu estava indo mal nas matérias, não conseguia me enturmar. Eu gostava de quem não me gostava, e como sempre me ferrava. Era aquela coisa de paixão platônica de adolescentes. E todo adolescente não age como um adolescente, todo adolescente quer agir como adulto e muitas vezes se passa por ridículo. Isso acontecia geralmente. Foi nesse ano em que eu namorei alguém pela primeira vez. Não foi bem um namoro, não durou muito tempo, mas agíamos como se fosse um.

Nesse ano também recebi minha primeira festa surpresa, onde as pessoas saíram dela pra ir à festa da cidade, chamada FESMATE – Festa da Erva... Mate. Esse ano foi o ano em que minha irmã conheceu a cidade grande e morou fora. Foi o ano em que meu pai pediu a separação. Foi o ano em que a maioria das coisas desabaram. Em conseqüência da separação minha irmã sofre de depressão até hoje, e nós duas sofremos com a rejeição, sendo que o culpado é nosso pai. Sim meu pai, aquele que no inicio do texto eu cito milhões de vezes. Sendo que quando era naquele tempo várias pessoas me perguntavam se eu não tinha mãe, pois me viam somente com ele. Depois dessa atitude de separação a pergunta mudou.

Em 2006 já na segunda série. Foi o ano em que eu tive que dar uma de durona e agüentar o sentimentalismo de minha mãe, foi o ano em que eu fiquei rebelde e coloquei piercings, foi o ano em que minha irmã sofreu com a “perda” de meu pai.

Foi um ano que eu conheci os melhores amigos de internet, os cito: Thiago Bertazo e Mugs(eu nunca descobri seu verdadeiro nome).

Foi onde o grupo das Onze meninas iniciou, mas não sabíamos que acabaria no ano seguinte.

Tive várias desilusões amorosas, varias paixões platônicas, várias decepções tanto na vida familiar como na minha vida...pessoal. Foi o ano em que eu namorei pra valer, e contando com todas as idas e vindas durou seus dois anos.

Foi o ano do preto e do cabelo curto.

Foi o ano em que um menino da turma desenhou um pênis da minha apostila e eu fiquei louca, até que a professora de artes levou um enorme pedaço de papel Rigesa e o fez com que ele fizesse um pênis tão grande que nunca mais se repetisse. Foi engraçado e ele ainda desenhou rindo.

No ano do terceirão, ano de 2007. Foi ano decisivo para a escolha o curso, optei por Design.

Foi o ano em que eu me formei e deixei a vida escolar. Foi o ano em que eu vim a perder mais um familiar. Nesse ano eu tive cabelo estilo argentino, como me chamavam. Eu era a argetina da turma. Eu sentava na segunda cadeira, da terceira fileira da esquerda pra direita, o quadro era quadriculado. As cadeiras eram mais fofinhas. Éramos no total 40 alunos. Todos os grupinhos formados cada um na sua panelinha. Existia a panelinha dos inteligentes, com as meninas da sala. Existiam os alunos que faziam “zona” no fundão e nesse mesmo grupo o afrodescedente da sala que sempre sofria quando alguém levava bronca, pois a culpa era jogada toda nele, isso era meio foda. Existiam as garotas populares e ao mesmo tempo todo mundo ficava com raiva delas, totalmente insuportáveis. Existia todo tipo de grupo incluindo o nosso grupo de onze meninas, onde eram: Aline Kohler, Amanda Wendt, Bryane Fontana, Bel Basílio, Diana Reese, Fernanda Bauer, Fabi Guimarães, Jenifer Gonçalves, Marina Mazurkievicz (acho que é assim), Monica Szczygiel Kohler , Nathyele Nascimento.

Várias destas meninas estão guardadas em um lugar especial no meu coração, com algumas eu perdi contato ou sempre teve algum conflito.

No final de 2007 foi triste e doloroso, pois muitas delas iriam para caminhos diferentes, inclusive eu.

No inicio de 2008 acabei optando por Comercio Exterior e fui morar em Balneário Camboriú. Não agüentei muito tempo. Eu tinha que pegar praiana todas as manhãs e me descolar até a faculdade de Itajaí. Fiz muitas amizades lá, as tenho até hoje. Foi o ano do meu primeiro emprego, mas acabei pedindo demissão por alguns insultos. Voltei a Canoinhas, e não adianta, todas as pessoas que eu conheço que vem morar aqui e se vão, sempre acabam voltando. Não tenho muita coisa a contar sobre meu ano de dois mil e oito, eu me dediquei totalmente ao namoro.

Em 2009 eu comecei a fazer Design aqui em Canoinhas, conheci pessoas maravilhosas até então. Minhas amigas e meus amigos de faculdade. Os paqueras. Os jogos de bilhar. Os veterinários. E o uísque.

Foi o ano em que meu pai descobriu o câncer de pele em estágio avançado e foi onde eu entrei em estado de choque. Foi o ano em que minha irmã se formou em nutrição.

Foi à época em que conheci um dos meus melhores amigos em Balneário, o Thy. Foi o ano em que eu revi pessoas que não via há quatro anos como o Diego de Jaraguá e o Zé Mané do José Lucas de Porto União, onde nós temos um apego muito grande um pelo outro que é uma coisa de louco. Foi o ano em que eu tive várias paixões e com todas elas a desilusão de um amor fracassado. Foi o ano em que eu posso dizer que conheci pessoas admiráveis pra caralho e que vão fazer parte da minha vida sempre, uma dessas pessoas é o Naza.

Foi o ano em que eu fracassei no trabalho.

Foi o ano do infarto de minha avó. Foi o ano em que eu fumei pra valer e com isso veio a surgir meu problema no coração.

Foi o ano em que vieram a falecer dois entes queridos. Foi um dos piores anos em questões familiares, pois nele minha mãe me expulsou pela terceira vez e pela terceira vez fui morar com meu pai, sendo que por alguns insultos eu tive que voltar pra casa da minha mãe, agora eu entrei no eixo. Voltando pra casa de minha mãe, e junto com minhas trouxas eu trouxe coisas raras, as minhas lembranças. Foi o ano em que eu sofri quatro acidentes de carro e eu fui a que mais me machuquei em todos eles, vindo a bater a cabeça, o peito e a quase não conseguia movimentar a mão direita.

Foi um ano esplêndido e cheio de amizades e amores não correspondidos.

Foi o ano onde eu encontrei minhas melhores amigas e conselheiras que alguém já pode ter, Renata Hänsch de Oliveira, onde eu encontro palavras que eu quero ouvir e dividir maluquices na rua e vender biquínis no calçadão. E Fernanda Küchler onde nós nos arrumamos em banheiro de ônibus para fazer surpresa.

Foi o ano que eu me surpreendi comigo mesma e me superei.

Bom, essa foi a minha humilde vida até agora, a maioria das coisas que eu lembro e que eu quis por na mesa, estão aí. As outras recordações eu prefiro guardar para mim mesma.

Ano que vem eu continuo, e no outro também e assim sucessivamente.

Amo e sempre amarei todas as pessoas que deste texto fazem parte, pois cada pedaço de minha vida, cada conversa e cada pessoa fazem parte de minha história, fazem parte do meu modo de pensar e interferem em minhas decisões isso sendo bom ou ruim.

Amo mesmo que seja tão grande o mal que tenham me feito (dad).

Amo hoje, pois o amanhã nunca se sabe.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

suuuuuuuuuugar-boom.

-Fazem 60 e poucos dias, e falta uma semana pra diversão começar!

-Voltou mais bebado do bar como nunca, após fumar seu charuto compartilhado com outras criaturas, olhou sobre a mesa, havia garrafas, havia copos, havia várias outras coisas. Andava meio cruzando as pernas, e falando bobagens. Comprimentou todo mundo, os que conhecia e os que nunca vira. Abriu a porta de casa e repos a glicose.
Droga de Cindy Lauper gravada na memória.