Quando a gente julga as pessoas sem antes conhecê-las estamos praticamente cometendo um crime. Eu digo isso pelo fato de eu já ter julgado demais e ter ouvido milhões de críticas a meu respeito.
Eu tenho medo de mim mesma depois que certas peças começaram a se encaixar, eu tenho medo das coisas que eu possa fazer e das pessoas que eu posso magoar.
Semana passada eu fui ao meu psiquiatra e ele me perguntou se eu gostaria de saber qual era minha personalidade, curiosa como sempre eu logo disse que sim. Depois que eu sai do consultório eu me senti atordoada, sem sentido, sem reação. Me senti pequena, me senti indefesa.
Algumas coisas acontecem em nossas vidas para nós vermos como elas realmente são, você ouve, você vê coisas que não gostaria, mas por ironia do destino talvez tudo aquilo era pra você poder perceber o que te envolve, o que te engloba.
Eu já quebrei a cara milhões de vezes com pessoas, com sentimentos, inúteis muitas vezes. Eu sempre me joguei de cabeça em tudo aquilo que eu queria, dei o meu máximo, tudo de mim e mais um pouco. Eu não consigo amar alguém só pra dizer que ama, nem consigo amar pela metade, eu amo inteiramente e quando eu gosto eu gosto inteiramente também.
Ontem eu fui em um festival em Irati, lá eu encontraria algumas pessoas que conheço a muito tempo via internet e o que me magoou foi pelo fato de que um amigo meu que eu pensava que se importava não me deu muita bola, sendo que ele foi um dos meus únicos grandes amigos (que eram três) que saberiam da minha internação na clínica.
O meu erro sempre foi e talvez sempre será em confiar cegamente nas pessoas com o corpo interio.
Hoje eu tenho um alguém, um alguém que me faz acordar de manhã nos suspiros, que me faz delirar. Talvez mesmo sabendo o quão eu possa sofrer, o quão eu posso me machucar, eu prefiro me arriscar e deixar que o sentimento me leve. Eu chorei, eu sorri por ele, pra ele.
Talvez esse meu texto seja o mais sem nexo, o mais estranho, o mais sem ligação alguma, pois eu comecei falando de algo e depois mudei todo o roteiro.
Eu mudo o roteiro toda hora, pois na verdade eu nem o tenho, a minha vida não é um roteiro como em peças de teatro do qual você ensaia, ensaia, ensaia e lê milhões de vezes o texto pra não sair nada errado.
Eu faço as coisas simplesmente por me sentir bem e por achar o que devo fazer. Esse é o meu jeito de viver, de amar, de sonhar, de sentir.
Eu posso ser como eu sou e eu posso agir como eu ajo, mas mesmo de um jeito meio estranho, mesmo sabendo que não somos normais no ponto de vista de outros, mesmo eu tendo os meus defeitos, e as minhas manias. Mesmo eu babando a noite no travesseiro, ou sempre levantando com o pé esquerdo e ascendendo um incenso todos os dias quando acordo e quando vou dormir, mesmo quando começo a ler um livro e paro na metade, mesmo estando com a minha pior roupa e com o cabelo sujo, mesmo que não tenha sol e que o mundo acabe. As coisas podem acontecer de tantas maneiras que é impossível você prever cem porcento, as coisas simplesmente acontecem, mesmo que isso te surpreenda ou não, a vida é tão pequena, é tão frágil, é tão delicada a ponto de ser como qualquer cristal, do qual você quebra e nunca será o mesmo. As pessoas pra mim são como cristais, quando eles se quebram não tem o que faça eles serem como eram antes e por isso que você é o que você é pra você, e o que você é pra mim.
Está na hora do ser humano acordar e viver um pouco mais.
Eu acordei no momento em que te conheci.