domingo, 14 de agosto de 2011
Era possível se eu espremesse os olhos com força, poderia ver através da casca, sua alma.
Poderia perceber como entendiam o mundo, e se entendiam da mesma maneira como eu. O brilho que surgia quando surgia o meu. Eram envolvidas com os raios do sol e abraçadas com o entardecer.
O brilho permanecia nos meus, assim como eu acredito permaneciam nelas, quando iam embora, quando o via partir.
Olharei, com o cuidado mais puro de criança de saber o que há além da casca, mesmo sabendo o que me aguarda.
As jabuticabas meu bem. São teus. Agora meus. Olhos.
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Vejo o azul do céu mesmo em dias de tempestades e a luz do sol que me ofusca os olhos, e a melodia das trovoadas. Consigo ver mesmo quando os raios entram em conexão com Gaia.
Os sons que ganham cores, e nas mais variadas sensações surgem os sabores.
Renovam-se sentimentos que permaneceram por muito tempo calados, cegos e surdos.
Nascem momentos.
Volta a vida aquilo que dentro de mim, já havia sido enterrado, e velado, por várias e várias vezes.
Milhões de tentativas que fracassei (ou fracassaram por mim), e mesmo assim nunca me cansei de tentar fazer reviver.
E hoje vive a vida, saiu do túmulo, mostrou a face, me condensou pelo gosto, me encontrou, o doce, o sincero, o puro, ingênuo e pequeno, amor.
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Virginia me possuiu.
Me tornei tua amante, noite e dia, hora após hora. Consumida pelo cansaço e eufórica pela paixão.
Mesmo em momento de pura tristeza, sincera também, é ali que ela estava, enxugando minhas lágrimas linha após linha, capitulo após capitulo.
E mesmo sem me conhecer, sem me saber, sem estar em seu mundo, apaixonei-me pela tua voz, e pela sua frieza e sua postura meio ereta. Pelas palavras que me diz, e que leio, me conforta todas as horas.
Sim, és minha nuvem e sobrevoa minhas ondas.
Me fizeste tua amante o resto de minha vida.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Mãe, querida e única.
Quantas portas se fecharão? Quantas janelas se abrirão?
Mãe, você fala: "Bebe, não chore. Não chore mais"
Mas como eu poderia fazê-lo sem saber o que o mundo me reserva. Mãe, você fala: "Não chore mais".
E quantas vezes eu o fiz, sem saber qual era o sentido, qual era o motivo.
Quantos colos você me deu, quantos carinhos e beijinhos me ofereceu.
E as lágrimas que do meu rosto enxugou, e quantas cairam junto com as tuas.
Mãe você chora comigo, e eu falo: "Bebe, não chore. Não chore mais".
Mãe, quem vai me dar carinho quando eu mais precisar?
Quantas vezes eu pensei e sonhei com o fim.
Mãe, me dê sua mão, e carregue com ela, a minha. Me mostre o caminho, me faça ver.
Me ensine a andar, a rezar.
Faça com que o tempo volte, com que eu seja criança e a ver o mundo da maneira como via. A sentir o que eu sentia. E me deixe cair para aprender a ser ingenua, pequena.
Caminhe comigo novamente sem olhar o perigo, sem olhar para traz.
Oh bebe, não chore mais.
terça-feira, 5 de abril de 2011
Mário Pirata.
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Para Giza Basso.
domingo, 23 de janeiro de 2011
Meu baiano. Seu Caetano
Baiano e os Novos Caetanos é o nome de um trio musical e humorístico composto pelos humoristas Chico Anysio, Arnaud Rodrigues e Renato Piau satirizando no título o conjunto Novos Baianos e o cantor Caetano Veloso.
Nascida nos anos 70 como uma sátira ao tropicalismo, a dupla formada por Baiano e Paulinho Boca de Profeta (personagens de Chico Anísio e Arnaud Rodrigues, respectivamente, no humorístico "Chico City") trazia em suas canções letras divertidas e engajadas e um instrumental de primeira, com belos arranjos de violões, sanfonas e cavaquinhos, entre outros instrumentos. Clássicos como "Vô Batê Pá Tu", que fala das delações na ditadura, e "Urubu Tá com Raiva do Boi", uma crítica à situação econômica do país e ao “milagre econômico brasileiro”, e a bela "Folia de Reis", fizeram de Baiano & Os Novos Caetanos um nome significativo no universo do samba-rock e da música rural.
“Amo, amo a mata! Porque nela não há preços. Amo o verde que me envolve... o verde sincero que me diz que a esperança, não é a ultima que morre. Quem morre por último é o herói. E o herói, é o cabra que não teve tempo de correr...”
(Cidadão da mata)
A criatividade musical esquecida pela maioria de nós, ou apenas nosso desinteresse.
Valorizemos agora.