sábado, 4 de abril de 2009

Minha experiência de morar com meu pai.

Meus pais são separados há uns três anos e alguns meses, meu pai até então mora esse tempo na casa de minha avó, que agora se tornou minha casa também.
A pior coisa é você sair de uma casa e ir morar em outra, por mais que você conheça muito bem as pessoas que convivem com você e que tenham o sangue que você tem é diferente. Agora são vinte e quatro horas por dia, durante longos dias. Não é que eu esteja me queixando – tá eu estou me queixando.
Meus dezoito anos e pouco eu morei com minha mãe, numa casa que era o bastante pra mim, eu tinha tudo, minhas coisas, meus livros, meus quadros, minhas fotos, meus textos, meus desenhos, meus bichos de pelúcia e meu cachorro Lothar.
Hoje, eu tenho um livro, nenhum quadro, um bicho de pelúcia e nenhum cachorro considerado MEU.
Quando eu entro na casa de minha avó é difícil eu ver aquele ambiente como meu, eu não cresci nele, e poucas histórias de minha vida nele têm. Não consigo me encaixar. É como se eu fosse uma peça errada de um quebra-cabeça.
O pior de todas as coisas é saber que você chega em casa a noite depois de uma aula cansativa pra caralho e não tem ninguém com quem conversar.
Sim, tem meu pai, mas ah meu pai pergunta o básico do básico e isso já é considerado o bastante pra ele.
Nada daquilo pertence a mim.
Completamente entediante.
Sou um peixe fora d’água.


Nunca por motivo nenhum, por mais que queira, por mais que deseje isso mais que qualquer coisa, nunca saia de casa. Pense sempre nas consequências.
Só que eu não pensei nas minhas.