segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Começou a taquicardia.

Chovia com tanta intensidade lá fora que por um momento achei que chovia dentro de mim, gotas caiam com força, faziam crateras no chão, respingavam.
Por um instante em minha cama, sentei-me. Olhei. Formas, formatos criados além duma imaginação alucinógena, abajures que pareciam cabeças e outras formas não sei quais viravam sem querer marionetes.
Fechando os olhos os raios passavam pelas pálpebras e mesmo com aqueles fechados eu enxergava coisas das quais jamais veria e vi. Formatos e cores alucinantes se misturavam pelo espaço imaginário desconhecido. De repente as pernas faziam um movimento involuntário, era como se alguém me puxasse pelos pés. Depois movi o corpo inteiro, era hora de ver se tinha alguma coisa errada. Porra!
Eu não mandava em nada mais, em mim. Os movimentos eram involuntários, a ânsia de toda hora, e quando me lembrava dos momentos de colisão de toda minha vida começava a taquicardia. Era como se meu coração batesse com tamanha violência para empurrar os outros órgãos dentro de mim, parecia não ter controle sobre ele. Acelerava, desacelerava, acelerava, desacelerava e assim sucessivamente. Sairia pela boca.
Ao fundo de minha imaginação como se eu tivesse um caixa muito bem escondida dentro dela, ouvia, cantava, Cindy Lauper. A merda da música não saia nem um instante da cabeça, ficava latejando, implorando para que eu ouvisse. Toda a naúsea voltava, o estômago não aguentava mais se contrair. Resisti, porque além do mais, odeio vomitar.
E toda aquela coisa de se for pra ser, será. Se foda!