quinta-feira, 17 de junho de 2010

A minha infelicidade de ser quem eu sou.

Eu queria poder viver a vida sem precisar de ninguém, sem precisar de amigos, de paixões, de amores. Eu me impressiono cada dia mais comigo mesma, com os meus sentimentos e com os outros seres humanos também. Eu me impressiono de como os outros se agarram em outros de uma maneira tão complexa. O amor assim como a política são coisas incompreensíveis, inexplicáveis, indescritíveis. Quereria é poder conhecer as pessoas sem precisar delas, sem sentir a falta delas, sem nem ao menos se lembrar delas no dia seguinte. Quereria mesmo é ter uma memória curta, mas eu digo curta mesmo.

Às vezes eu quero ser uma pessoa que eu não posso ser, às vezes eu penso porque eu sou assim, me pergunto praticamente o tempo inteiro. Eu me pergunto por que eu tenho cabelos morenos, olhos avelã, e tenho uma personalidade que me incomoda profundamente. Eu não queria realmente ser ninguém que me conhece, não queria mais ainda ser quem eu sou.
Poderia ser qualquer um, qualquer um mesmo. Poderia ser o africano que passa fome ou morre de malária, poderia cair de um avião e morrer, poderia ser qualquer coisa deplorável, lamentável, mas não queria ser quem eu sou, incapaz e sem saber realmente se eu posso um dia gostar de alguém.
Incomoda-me saber que eu consigo ser qualquer pessoa, gostar de qualquer coisa, conversar sobre qualquer assunto só pra impressionar e nem ao menos me dar conta do que eu faço.
E o que mais me tortura é pensar que eu não posso mudar e é pior ainda quando me vem à memória a montanha de pessoas que já magoei.

Eu não quero que você entre para a lista.