sexta-feira, 11 de junho de 2010

dia-a-dia.

O sol quase cega meus olhos e o vento seca minha pele. As folhas caem e as pessoas passam. Os carros arrancan e os motocicletas perdem o equilibrio. Propagandas em todos os cantos, em todas as arestas, em todos os lugares.
O patriotismo que aflora as peles e raças e cores e etnias. Aquele que por sua vez só surge quando as pessoas pensam que os outros acham que elas são patriotas mesmo. Enganam-se.
A porta que se abre às 8:00 da manhã, e a mesma que se fecha quando a claridade de um dia cinzento se vai.
As sacolas de supermercados que não aguentam o peso que transportam e arrebentam no meio do caminho. O olho que lacrimeja, o sorriso meia-boca, ou quase nada dela.
Anotações na agenda que fazemos e que riscamos depois de comprido o dever. Botas que fazem téc-téc-téc a cada passo, por mais leve que seja, e vem alguém insuportavél dizendo que está com dor de cabeça!
Do que adianta uma das mãos no bolso enquanto a outra balança como um pendolo no ar gelado de alta serra?
Os cabelos que parecem um ninho quando levantamos e que logo some - ou não.
E por que a postura correta quando se é gordo? E o apendice no corpo, se aquele função nenhuma tem?

Tantas coisas que formam o meu dia-a-dia, tantas coisas que se repetem, e outras que a probabilidade de que ocorra novamente é tão pequena.

E quando falta dinheiro pra você fazer qualquer coisa o que você faz? Não faz?
Assalto meu cofre de vaca incomum, a maioria só conhece de porco. Aquele normalzinho cor-de-rosa, ou como as mulheres falam: rosa bebê. Um homem nunca vai saber diferenciar um rosa, um cor-de-rosa, um pink, um rosa bebê, ou qualquer outro tipo de rosa que possa existir que agora não me recordo.
Existem detalhes tão pequenos, tão imperceptiveis, tão minúsculos aos olhos. Detalhes quase não vistos, quase sem importância, ou completamente sem ela.
Detalhes são apenas detalhes.
Deixar-ei os detalhes de lado.

O tic-tac que não dura um dia, o cigarro que se fuma no momento de nervosismo, o filho que nasce, o avô que morre.
E todos os dias eu penso em largar tudo, em deixar de sentar na cadeira na frente do computador, nem se quer ligá-lo. Penso muito em deixar as coisas fúteis de lado e com a vontade enorme de viver, conhecer, sentir, ver.

O aquecedor ligado no banheiro. Negativo três graus. Um cachorro preto, outro branco e uma coelha colorida.
Os pássaros mudos, o gato calado à espera de conseguir um tempinho pra poder roubar ração do cachorro.
O cachorro menor que come a ração do cachorro maior, e vice-versa. É a corrente que se passa no portão. A carona que me dá carona pra faculdade.
Os livros que não li, os cd's que eu não escutei, nem mesmo abri.
A manta que aquece o corpo e o vento que esfria alma.

O coração que bate e que os outros orgão rebate. Uma ação com toda a sua reação.
Os olhos que se fecham e se abrem sem que nos percebamos, a jojóca que acontece quando menos esperamos.
O mantra que se resita, o incenso que se queima.

Inúmeras, inúmeras, inúmeras coisas que vivencio, vivenciei e pretendo vivenciar.
Bom, tomara que eu consiga!